Glide competition day. O dia acordou com o céu completamente coberto de nuvens. O comité de pilotos preparou uma manga de 70 e picos kms. Poucos pilotos tinham esperança de que se voasse, uma vez que chegámos à descolagem e o pouco vento que se fazia sentir estava de costas, coisa rara aqui em Valle de Bravo. Janela aberta, toca de descolar o mais rápido possível pois com a condição tão fraca esperava-se uma subida até à nuvem (se lá chegássemos) lenta, longa e a pedir muita paciência. Assim foi, média de subida 0,5m/s, tecto pouco acima dos 3000m. À hora do start lá fomos até à 1ª baliza e directos à 2ª pois não se encontrou uma única térmica digna desse nome. Depois desta baliza foi sobreviver numa bolhinha junto a uma aldeia até que finalmente a sombra levou mesmo a melhor e acabámos todos por aterrar. Safou-se um grupo de 10 pilotos mas pouco mais longe foram. Ganhou o dia o suiço Peter Neuenschwander com 26,9km e assume assim a liderança da prova. Eu fiz 38º com 21,6km e desço uma posição na Geral.
120km com start e 1ª baliza em Llano. O dia até me estava a correr bem até à primeira baliza, mas cometi um erro no regresso à 2ª baliza que me deixou fora do grupo, baixo e atrasado. Na tentativa de recuperar acabei por aterrar logo após a 3ª baliza, ao km60. :\ O dia estava bastante mais fraco - "termicamente" falando, sem cúmulos mas ainda assim houve pilotos a fazerem cerca de 4000m. Desci para a 30ª posição a 162 pontos do 1º.
Mais um belo dia de voo aqui em Vale de Bravo. Manga de 110km "porque a de ontem foi muito fácil" segundo o director de prova. Start em Maguey - que fica a meio caminho de Divisadero, a 2ª baliza. Até lá tudo na molhada. Depois havia que sair pro plano em busca da 3ª baliza - La Pila. Já conhecida por todos os pilotos é a térmica de serviço na baliza, por isso não houve muito que enganar. Depois da 3ª baliza é que foi preciso tomar a melhor decisão para atacar a 4ª baliza ( a B38, que não me lembro do nome) a 37km de distância. Ir directo pelo plano (penso que ninguém o fez), fazer um swing entre cristas até aos cúmulos já perto de Llano (foi o que fiz juntamente com 5 ou 6 pilotos, ou fazer toda a crista a barlavento e só depois atacar a montanha que levava à B38 - foi o que fez o grupo atrás de nós. Esta ultima hipótese, ainda que fosse garantida, pareceu-me não ser a melhor uma vez que esta tal crista costuma ter sempre uma componente de vento de frente que acaba por atrasar o andamento. Na chegada ao Llano o grupo que ía comigo decidiu fugir da rota directa e atacar um barlavento exposto ao sol que sem dúvida iria bombar térmica de certeza. Eu tinha na mira 2 fugitivos que seguiam na rota directa embora para um sítio de sombra. Se resultasse ganharia um bom avanço, se não resultasse... esperava não perder muito tempo para me voltar a juntar ao grupo. A verdade é que resultou. De início térmiquinha fraca mas rapidamente melhorou. Entretanto juntaram-se-me mais 2 pilotos vindos de trás. O Nick Greece e Andreas Malecki. Picámos a B38 juntos e siga para a ultima baliza perto de Monarca. Basicamente foi seguir as nuvens embora não tenha conseguido optimizar a minha linha de voo e acabei mais baixo que o Nick e Malecki. Já perto de Monarca lá consegui ir à base da nuvem e aproximar-me deles. Tomei (tomámos) uma má decisão que nos atrasou e permitiu que o grupo que nos perseguia nos apanhasse. Fugimos muito à direita quando devíamos ter puxado um pouco mais contra-vento à esquerda de modo a garantir o barlavento de uma pequena colina e entrar na influência da nuvem que por cima pairava. Foi aqui que fizemos a ultima térmica. Alguns dos pilotos que entretanto se nos tinham juntado atacaram o golo sem subir muito, eu preferi garantir pois tinha a certeza que conseguiria sempre fazer um lugar nos 20 primeiros. Desde aqui até ao golo foi acelerador a fundo a lutar contra o vento de frente nas camadas mais baixas. Entrei nos 15 primeiros mas consegui subir ao 6º lugar devido aos pontos de liderança, e assim subir à 10ª posição da Geral.
Manga de 106km, com a térmica de serviço no G-Spot a aguentar a malta até à hora de partida. Muita confusão aqui pois por vezes estávamos quase os 120 pilotos a enrolar a mesma térmica. Start feito, transição em direcção aos 3 Reis e directo para a 1ª baliza em Divisadero. 2ª baliza a 30km em LLano. Subimos por cima da térmica de serviço na Mesa e transição pro plano. Mais uma térmica antes de picar a baliza e siga em direcção a Monarca - o famoso sítio onde se encontram as borboletas Monarca. Podíamos ter optimizado mais esta rota seguindo ligeiramente mais à direita e atacando a crista que sobe em direcção à baliza. Como não o fizemos tivemos de "perder" algum tempo a subir por 2 vezes já próximo da baliza. Faltava agora a penúltima baliza em Cerro Gordo, a 20km de distância e contra vento. Aqui sim, foi a verdadeira corrida, optimização ao máximo de linhas e praticamente fizemos esta perna parando apenas uma vez para enrolar. Antes da baliza saltámos para o barlavento do relevo e foi de acelerador a 90% numa linha muito boa até à baliza e a 100% depois até ao End of Speed Section a 3km de La Torre, já em Valle de Bravo.
Cheguei ao golo em 18º a 5 minutos do 1º, o piloto Venezuelano Juan Becerra, e subo assim para 23º da geral.
70km a abrir esta Superfinal. Tecto nos 3700m, térmica turbulenta q.b. e com potência a pedir máxima atenção. O início da corrida foi feito com alguma cautela, como que a "estudar o adversário" mas também para tentar voar sobre a melhor linha. 1ª baliza feita, regresso pelos 3 Reis, boa térmica a agrupar de novo o pessoal. Havia um ou 2 pilotos fugitivos com 1 ou 2km de avanço. Seguimos no seu encalço e junto à 3ª baliza acabámos por agrupar de novo. Aqui consegui passar para o 1º pelotão. Tomei uma linha mais à direita que me funcionou bem ao início mas que a uns 3km da baliza acabou, e precisei de passar para a linha do pelotão. Perdi algum tempo aqui. Enrolei um núcleo de +2 e decidi atacar a ultima baliza na esperança de a fazer sem cair muito. Tal não aconteceu e acabei por ficar no sotavento a cair que nem um tordo. Piquei a baliza e toca de voltar a subir (perdendo ainda mais tempo).
Fiz 38º e estou a 146 pontos do 1º. Nada está perdido. Ainda há muito para voar. De relembrar que a classificação é feita segundo a norma FTV com 25% de descarte da pior manga, ou seja, após 4 mangas garante-se o descarte de 100% da pior manga.
Ganhou a manga o piloto suiço Hans Bollinger com o tempo de 1h41m54s. Eu fiz 1h50min23s.
